A Guerra da Terceira Coalizão (1803-1806) foi uma das muitas guerras travadas durante o período das Guerras Napoleônicas. Essa coalizão foi formada por um conjunto de países europeus, incluindo o Reino Unido, Áustria, Rússia, Suécia e Nápoles, que se uniram para enfrentar a expansão do poder de Napoleão Bonaparte e do Primeiro Império Francês.
O contexto para a formação da Terceira Coalizão começou a se delinear com a crescente preocupação das potências europeias em relação às ambições expansionistas de Napoleão. Após a Paz de Amiens (1802), que havia temporariamente cessado as hostilidades entre a França e o Reino Unido, a guerra recomeçou em 1803 quando Napoleão retomou suas campanhas militares e começou a planejar a invasão da Grã-Bretanha.
No entanto, a invasão da Grã-Bretanha nunca se concretizou, e Napoleão redirecionou seu foco para o continente europeu. Em resposta, o Reino Unido formou uma aliança com a Áustria, a Rússia e outros países, dando origem à Terceira Coalizão. As tensões culminaram em 1805, quando as forças da coalizão começaram a se mobilizar contra a França.
Uma das batalhas mais significativas da Guerra da Terceira Coalizão foi a Batalha de Ulm, em outubro de 1805. Napoleão empregou suas táticas de movimento rápido e surpresa para cercar e capturar um grande exército austríaco em Ulm, na Baviera, praticamente sem luta. Essa vitória reforçou a reputação de Napoleão como um estrategista militar brilhante.
No entanto, a batalha decisiva dessa guerra foi a Batalha de Austerlitz, travada em 2 de dezembro de 1805. Conhecida como a “Batalha dos Três Imperadores”, Austerlitz envolveu Napoleão, o czar Alexandre I da Rússia e o imperador Francisco II do Sacro Império Romano-Germânico. Utilizando uma tática engenhosa, Napoleão atraiu as forças aliadas para um ataque no centro, onde estavam aparentemente vulneráveis. Ele então executou um contra-ataque esmagador nos flancos, resultando em uma vitória decisiva que desmantelou a Terceira Coalizão.
A vitória em Austerlitz consolidou a hegemonia de Napoleão na Europa continental. O Tratado de Pressburg, assinado após a batalha, encerrou oficialmente a guerra e impôs severas condições à Áustria, incluindo perdas territoriais significativas e a saída do Sacro Império Romano-Germânico, que foi dissolvido em 1806.
A Guerra da Terceira Coalizão foi um ponto alto no período das Guerras Napoleônicas, demonstrando a habilidade militar e a astúcia estratégica de Napoleão. No entanto, também destacou a crescente resistência das potências europeias contra a dominação francesa, prenunciando os conflitos futuros que continuariam a moldar o continente até a derrota final de Napoleão em 1815.
