Islamismo

Tópicos sobre o islamismo conforme estabelecido pela Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para referência:

Área de ConhecimentoComponente CurricularTópicos de Estudo
Ciências HumanasHistória– Origens e expansão do islamismo
– Fundamentos e princípios do islamismo
– Impacto do islamismo na história e na cultura mundial
Geografia– Distribuição geográfica dos seguidores do islamismo
– Lugares sagrados do islamismo
– Aspectos culturais e sociais das comunidades islâmicas
Língua PortuguesaLíngua Portuguesa– Leitura e análise de textos relacionados ao islamismo
– Produção textual sobre temas islâmicos
Arte e CulturaArte– Arte islâmica: características e influências
– Manifestações culturais islâmicas ao longo da história
Ensino ReligiosoEnsino Religioso– Fundamentos da fé islâmica
– Práticas religiosas e rituais islâmicos
– Compreensão da diversidade dentro do islamismo

ISLAMISMO

CONCEITO:

O islamismo é uma das principais religiões do mundo, baseada nos ensinamentos do profeta Maomé, como registrados no Alcorão. Seus seguidores, chamados muçulmanos, adoram Alá e seguem os Cinco Pilares do Islã: declaração de fé, oração, caridade, jejum durante o Ramadã e peregrinação a Meca.

LINHA DO TEMPO:

PeríodoEvento
Século VIINascimento do profeta Maomé e início da revelação do Alcorão
610-632Período de pregação de Maomé e formação da primeira comunidade muçulmana
622Hégira: Maomé e seus seguidores migram de Meca para Medina
610-632Período das primeiras conquistas muçulmanas e expansão do Islã
632Morte de Maomé (Hegira)
632-661Período dos quatro primeiros califas (Rachidun) e expansão do Califado
661-750Período dos califas omíadas e expansão do Califado Omíada
750-1258Período dos califas abássidas e apogeu da cultura islâmica
1096-1291Cruzadas: conflitos entre muçulmanos e cristãos pela Terra Santa
Século XVIII-XIXDeclínio do poder dos califados e expansão do colonialismo europeu
Século XXMovimentos de independência em países muçulmanos e formação de estados modernos
AtualidadeO islamismo é uma das principais religiões do mundo, com mais de um bilhão de seguidores

BIOGRAFIA DE MAOMÉ:

Maomé, também conhecido como Muhammad, nasceu por volta do ano 570 d.C. na cidade de Meca, na região da Arábia. Órfão desde cedo, foi criado por seu avô e depois por seu tio. Aos 25 anos, trabalhando como comerciante, casou-se com Khadija, uma viúva rica e respeitada, que se tornaria sua primeira esposa e grande apoiadora.

Por volta de 610 d.C., enquanto meditava em uma caverna próxima a Meca, Maomé afirmou ter recebido sua primeira revelação divina através do arcanjo Gabriel. Essas revelações continuaram ao longo dos 23 anos seguintes, compiladas posteriormente no livro sagrado do Islã, o Alcorão.

Em 622 d.C., Maomé e seus seguidores migraram de Meca para Medina, um evento conhecido como Hégira, que marca o início do calendário islâmico. Em Medina, Maomé se tornou um líder político e religioso, unindo as tribos locais sob o Islã.

Ao longo dos anos seguintes, Maomé liderou campanhas militares e diplomáticas, estabelecendo o poder e a autoridade do Islã na região. Em 630 d.C., ele conquistou Meca sem derramamento de sangue, promovendo a unificação da Arábia sob a fé islâmica.

Maomé faleceu em 632 d.C. na cidade de Medina, deixando um legado duradouro como o último profeta do Islã. Seus ensinamentos e exemplo pessoal continuam a influenciar milhões de pessoas em todo o mundo até os dias atuais.

CIDADES:

Meca e Medina são duas das cidades mais sagradas do Islã, situadas na região oeste da Arábia Saudita. Meca é conhecida como o local de nascimento do Profeta Maomé e abriga a Kaaba, o local mais sagrado do Islã, para onde os muçulmanos de todo o mundo dirigem suas preces durante o hajj e a umra. A cidade atrai milhões de peregrinos anualmente, contribuindo significativamente para sua economia e cultura.

Medina, por sua vez, é onde Maomé estabeleceu a primeira comunidade muçulmana após sua migração de Meca, conhecida como Hégira. A Mesquita do Profeta, construída no local onde Maomé foi enterrado, é um importante local de peregrinação e oração. Além disso, Medina é reconhecida por seu papel histórico na consolidação e expansão do Islã.

Ambas as cidades têm uma importância geográfica estratégica, situadas em uma região árida, mas historicamente vital para as rotas comerciais entre o Oriente e o Ocidente. Meca e Medina desempenharam papéis cruciais no desenvolvimento e na propagação do Islã, moldando não apenas a história religiosa, mas também a geografia política e cultural da região e além.

A origem de Meca remonta a tempos antigos, com evidências de assentamentos humanos na região datando de milhares de anos atrás. No entanto, sua importância histórica e religiosa cresceu com o estabelecimento da Kaaba como local sagrado, e seu desenvolvimento como um centro de peregrinação islâmica remonta aos tempos do profeta Maomé. Não há um fundador específico registrado para Meca, mas seu status como centro religioso pré-islâmico e islâmico contribuiu para seu crescimento ao longo dos séculos.

Medina, por sua vez, foi fundada em torno de 622 d.C., quando o profeta Maomé e seus seguidores migraram para lá durante o evento conhecido como Hégira. A cidade foi inicialmente chamada de Yathrib, mas foi renomeada como Medina, que significa “cidade do profeta”, em homenagem a Maomé. A Hégira marcou um momento crucial na história islâmica, com Medina tornando-se o centro do primeiro estado islâmico.

As características urbanas de Meca e Medina refletem sua importância religiosa e histórica. Ambas as cidades possuem uma arquitetura que mistura elementos antigos e modernos, com mesquitas, minaretes e locais sagrados dominando a paisagem urbana. Além disso, as cidades são projetadas para acomodar milhões de peregrinos durante os períodos de hajj e umra, com infraestrutura dedicada para atender às necessidades dos visitantes, incluindo hotéis, restaurantes e instalações religiosas. Meca e Medina também são centros culturais e educacionais importantes para os muçulmanos, com instituições de ensino e locais de estudo religioso.

Lista de conceitos para ambas as cidades:

Meca:

  1. Kaaba: Estrutura cúbica sagrada no centro da Grande Mesquita de Meca, para onde os muçulmanos dirigem suas preces.
  2. Hajj: Peregrinação islâmica obrigatória a Meca, um dos cinco pilares do Islã.
  3. Umra: Peregrinação menor a Meca, que pode ser realizada em qualquer época do ano.
  4. Grande Mesquita: Local de oração principal em Meca, abrigando a Kaaba e capaz de acomodar milhões de fiéis durante o hajj.
  5. Monte Arafat: Local onde os peregrinos realizam rituais específicos durante o hajj, considerado o ponto mais importante da peregrinação.

Medina:

  1. Hégira: Migração do Profeta Maomé e seus seguidores de Meca para Medina em 622 d.C., marcando o início do calendário islâmico.
  2. Mesquita do Profeta: Segunda mesquita mais sagrada do Islã, construída no local onde Maomé estabeleceu sua primeira comunidade islâmica.
  3. Tumba do Profeta: Local de sepultamento de Maomé, dentro da Mesquita do Profeta, onde os muçulmanos realizam orações.
  4. Oasis de Medina: Ambiente natural que proporcionou recursos vitais para a sustentabilidade de Medina ao longo da história.
  5. Sociedade Muçulmana: Comunidade islâmica formada por Maomé em Medina, que se tornou um modelo de organização e governança para o mundo islâmico.

Esses conceitos destacam os elementos mais importantes e significativos de Meca e Medina em relação à sua história, religião e cultura.

CAABA:

A Caaba é uma estrutura sagrada no Islã, localizada na cidade de Meca, na Arábia Saudita. É considerada o local mais sagrado do Islã e os muçulmanos de todo o mundo realizam a peregrinação a Meca, chamada Hajj, onde circundam a Caaba como parte do ritual.

A origem da Caaba remonta a Abraão, segundo a tradição islâmica. Acredita-se que Abraão e seu filho Ismael tenham construído a Caaba como um local de adoração exclusivo a Deus. Ao longo dos séculos, a estrutura passou por várias reconstruções e renovações. É considerada o local mais sagrado do Islã e é o centro da peregrinação anual conhecida como Hajj.

A Caaba é uma estrutura cúbica feita de pedra. Suas paredes são revestidas com uma cortina preta adornada com inscrições islâmicas em ouro, e sua esquina oriental contém a Pedra Negra, que é considerada sagrada pelos muçulmanos. A estrutura é coberta por uma cúpula dourada e possui uma porta de entrada.

A Caaba está situada na região de Meca, na Arábia Saudita, que é caracterizada por terrenos predominantemente rochosos e montanhosos. Geologicamente, a área é composta por formações rochosas de origem ígnea e metamórfica, com predominância de granito e gnaisses. A Pedra Negra, um dos componentes da Caaba, é um meteorito de basalto, que foi incrustado na estrutura durante suas várias reconstruções ao longo da história.

A Pedra Negra, conhecida em árabe como “Al-Hajar Al-Aswad”, é uma pedra angular da Caaba, localizada na cidade sagrada de Meca, na Arábia Saudita. Ela é de cor escura e sua composição é principalmente de basalto. Acredita-se que a Pedra Negra seja um meteorito, possivelmente composto de material rochoso extraterrestre que caiu na Terra há milhões de anos. Sua origem exata e a data exata da queda não são conhecidas com certeza, mas ela é reverenciada pelos muçulmanos como um símbolo de sua fé e é beijada ou tocada pelos peregrinos durante o Hajj como parte do ritual.

Não há um registro histórico claro sobre quem descobriu a Pedra Negra. De acordo com a tradição islâmica, a Pedra Negra foi entregue ao profeta Abraão por um anjo, e ele e seu filho Ismael a colocaram como parte da construção da Caaba. Portanto, sua descoberta está envolta em lendas e crenças religiosas, e não há um relato específico de uma descoberta por uma pessoa em particular.

ALCORÃO:

O Alcorão é o livro sagrado do Islã, composto por 114 suras (capítulos) que foram reveladas ao Profeta Muhammad ao longo de aproximadamente 23 anos. Aqui está uma explicação metodológica e sistemática do Alcorão:

Organização dos Livros e Tamanho dos Capítulos:

  • O Alcorão é dividido em 114 suras (capítulos), que variam em tamanho e abrangência.
  • As suras são organizadas em ordem decrescente de tamanho, exceto pela primeira, a Sura Al-Fatiha (A Abertura), que é considerada a essência do Alcorão e é recitada em todas as unidades de oração islâmica.
  • As suras variam em tamanho, desde a menor, que tem apenas três versículos (Al-Ikhlas – A Sinceridade), até a maior, que tem 286 versículos (Al-Baqarah – A Vaca).

Conteúdo:

  • O Alcorão aborda uma variedade de assuntos, incluindo teologia, leis, ética, narrativas históricas e orientações morais.
  • Ele instrui os crentes sobre como viver suas vidas em conformidade com os ensinamentos islâmicos e fornece orientações sobre como se relacionar com Deus, com os outros seres humanos e com o mundo ao seu redor.
  • O Alcorão também contém histórias de profetas anteriores, como Abraão, Moisés e Jesus, bem como advertências sobre o Dia do Juízo Final e as recompensas e punições no além-vida.

Organização:

  • As suras são organizadas em ordem não cronológica, mas sim revelatória, ou seja, a ordem em que foram reveladas ao Profeta Muhammad.
  • No entanto, dentro de cada sura, os versículos podem ser organizados tematicamente, com diferentes assuntos sendo abordados em diferentes partes da sura.

Assuntos:

  • Os temas abordados no Alcorão são diversos e incluem crenças fundamentais do Islã, como a unicidade de Deus (Tawheed), profecia, vida após a morte e o Dia do Juízo Final.
  • O Alcorão também trata de questões sociais, econômicas e legais, fornecendo orientações sobre casamento, divórcio, herança, caridade, justiça e conduta ética.
  • Além disso, o Alcorão incentiva a reflexão, a ponderação e o questionamento, convidando os crentes a buscar conhecimento e compreensão mais profundos dos ensinamentos divinos.

Em resumo, o Alcorão é uma obra multifacetada que abrange uma ampla gama de assuntos e oferece orientações para todos os aspectos da vida dos muçulmanos, organizada de forma a facilitar a compreensão e a prática de seus ensinamentos.

SUNA:

A Suna, também conhecida como Sunnah, é o conjunto de tradições e práticas do Profeta Muhammad, registradas nos hadiths (relatos ou narrativas) autênticos. Aqui está uma explicação metodológica e sistemática da Suna:

Definição e Importância:

  • A Suna compreende os ensinamentos, ações, aprovações e hábitos do Profeta Muhammad, que complementam e explicam os princípios gerais do Alcorão.
  • Para os muçulmanos, a Suna é uma fonte essencial de orientação, pois fornece um exemplo prático de como viver de acordo com os ensinamentos do Alcorão.

Classificação:

  • Os hadiths são classificados em diferentes categorias com base na sua autenticidade e conteúdo. As duas principais categorias são:
    • Hadiths autênticos (Sahih): São narrativas que foram meticulosamente verificadas por estudiosos especializados e consideradas confiáveis ​​tanto na cadeia de transmissão quanto no conteúdo.
    • Hadiths bons (Hasan): São narrativas que não alcançam o nível de autenticidade dos Sahih, mas ainda são consideradas boas o suficiente para serem aceitas como fontes de orientação.

Coleções de Hadiths:

  • Existem várias coleções famosas de hadiths, compiladas por estudiosos muçulmanos ao longo dos séculos. As mais reconhecidas são as coleções de Bukhari, Muslim, Abu Dawood, Tirmidhi, Ibn Majah e An-Nasai.
  • Essas coleções são consideradas fundamentais para os muçulmanos, pois contêm uma ampla gama de hadiths sobre diferentes aspectos da vida, incluindo crenças, práticas religiosas, ética, moralidade, conduta social e legislação.

Conteúdo e Aplicação:

  • A Suna aborda uma variedade de assuntos, incluindo oração, caridade, jejum, peregrinação, conduta ética, relações familiares, justiça, comércio, governo e muito mais.
  • Os muçulmanos buscam seguir a Suna em suas vidas diárias, usando os ensinamentos do Profeta Muhammad como modelo para seu comportamento e conduta.
  • Os estudiosos da Suna interpretam e aplicam os hadiths em contextos contemporâneos, adaptando-os às circunstâncias e necessidades atuais da comunidade muçulmana.

Em resumo, a Suna é uma fonte de orientação essencial para os muçulmanos, complementando os ensinamentos do Alcorão e oferecendo um exemplo prático de como viver uma vida piedosa e moralmente justa, baseada nos ensinamentos do Profeta Muhammad.

GEOGRAFIA:

A Península Arábica, onde o Islã surgiu, possui uma geografia diversificada, caracterizada por desertos vastos, montanhas escarpadas, planícies áridas e uma costa extensa. Aqui estão algumas características físicas e sociais da região durante o período em que o Islã surgiu e suas consequências:

Geografia Física:

  • Deserto: Grande parte da Península Arábica é coberta por desertos, como o deserto do Saara, o deserto da Arábia e o deserto de Rub’ al Khali. Esses ambientes desafiadores influenciaram a vida dos habitantes locais, moldando sua cultura e estilo de vida.
  • Montanhas: A região possui várias cadeias montanhosas, como a cordilheira do Hijaaz e a cordilheira de Asir. Essas montanhas proporcionaram refúgio e recursos para algumas comunidades, além de dificultar o acesso e a unificação da região.
  • Costas: A Península Arábica tem uma costa extensa ao longo do Mar Vermelho, do Golfo Pérsico e do Oceano Índico. As cidades costeiras serviram como importantes centros comerciais e pontos de contato entre diferentes culturas.

Características Sociais:

  • Tribos: A sociedade árabe era predominantemente tribal, organizada em clãs e tribos independentes. Cada tribo tinha seu próprio sistema de governo e leis, e a lealdade à tribo era uma parte fundamental da identidade e da segurança pessoal dos indivíduos.
  • Comércio: Devido à localização estratégica da Península Arábica entre três continentes, o comércio desempenhava um papel significativo na economia e na vida social. Cidades como Meca e Medina eram importantes centros comerciais e pontos de encontro para caravanas que viajavam pela região.
  • Religião: Antes do surgimento do Islã, a região era caracterizada por uma variedade de práticas religiosas, incluindo o culto a deuses locais, o judaísmo e o cristianismo. Os árabes eram politeístas, adorando divindades associadas a fenômenos naturais e locais específicos.

Consequências:

  • Unificação: O surgimento do Islã trouxe consigo a unificação das tribos árabes sob uma identidade religiosa comum. A mensagem do Profeta Muhammad promoveu a ideia de uma comunidade unida (Ummah) e acabou por unificar a Península Arábica sob o domínio islâmico.
  • Expansão: Após a morte do Profeta Muhammad, o Islã continuou a se espalhar rapidamente pela região e além dela, resultando na formação de um vasto império islâmico que se estendia da Península Arábica até o norte da África, Europa e Ásia Central.
  • Mudança Social e Cultural: A introdução do Islã teve um impacto significativo nas sociedades árabes, trazendo mudanças nos sistemas políticos, legais, sociais e culturais. As tradições e práticas islâmicas substituíram muitos aspectos da vida pré-islâmica, influenciando a arquitetura, a linguagem, as artes, a ciência e a filosofia na região.

Em resumo, a geografia e as características sociais da Península Arábica durante o período em que o Islã surgiu moldaram a história e o desenvolvimento da região, influenciando a forma como a mensagem do Islã foi recebida e difundida, e as consequências duradouras que isso teve para a região e além.

SUNITAS E XIITAS:

Sunitas e xiitas são as duas principais denominações dentro do Islã, diferenciadas principalmente por suas visões sobre a sucessão do Profeta Muhammad e outras questões religiosas. Aqui está uma explicação das diferenças entre eles:

Sunitas:

  • Os sunitas representam a grande maioria dos muçulmanos, cerca de 85-90% da população muçulmana mundial.
  • Eles seguem a “sunnah” (tradição) do Profeta Muhammad e seus ensinamentos, bem como os quatro califas “rashidun” (califas bem guiados), que foram os primeiros quatro líderes muçulmanos após a morte do Profeta Muhammad: Abu Bakr, Omar, Osman e Ali.
  • Os sunitas acreditam que os líderes da comunidade muçulmana devem ser escolhidos através do consenso e da consulta (shura), e não necessariamente por linhagem ou descendência.

Xiitas:

  • Os xiitas constituem uma minoria dentro do Islã, representando cerca de 10-15% da população muçulmana mundial.
  • Eles seguem a linhagem do Profeta Muhammad através de sua descendência, especificamente através de seu primo e genro Ali ibn Abi Talib, e seus descendentes conhecidos como “Ahl al-Bayt” (Povo da Casa).
  • Os xiitas acreditam que a liderança legítima da comunidade muçulmana (califado) deve ser hereditária e restringida aos descendentes do Profeta Muhammad, começando com Ali.
  • Além disso, os xiitas têm uma crença especial na autoridade dos imãs, que são considerados líderes espirituais e guias infalíveis da comunidade muçulmana.

Outras Diferenças:

  • Além da questão da sucessão, os sunitas e xiitas têm diferenças em relação à jurisprudência, práticas religiosas e interpretações de certos eventos históricos.
  • Os xiitas também têm rituais e práticas religiosas distintas, como as celebrações do martírio de certos imãs e a prática de “taqiyya”, que permite dissimular ou esconder crenças religiosas em situações de perigo.

Apesar dessas diferenças, é importante notar que sunitas e xiitas compartilham muitas crenças e práticas comuns e que, na maioria das comunidades muçulmanas, eles coexistem pacificamente. No entanto, as diferenças históricas e teológicas entre os dois grupos têm sido fonte de tensão e conflito em algumas regiões.

Os grupos sunitas e xiitas começaram a se formar logo após a morte do Profeta Muhammad em 632 d.C. A origem das diferenças remonta à questão da sucessão do Profeta e à liderança da comunidade muçulmana após sua morte.

Os sunitas acreditam que os líderes da comunidade muçulmana deveriam ser escolhidos através do consenso e da consulta (shura), e eles aceitaram os primeiros quatro califas que sucederam o Profeta Muhammad: Abu Bakr, Omar, Osman e Ali. Os sunitas surgiram como a maioria e mantiveram essa visão de liderança consensual ao longo da história.

Por outro lado, os xiitas acreditam que a liderança legítima deveria ser hereditária e restrita aos descendentes do Profeta Muhammad, começando com Ali, seu primo e genro. Os xiitas veem Ali como o legítimo sucessor do Profeta, e a partir dele surgiram as doutrinas e práticas específicas do xiismo.

Assim, as diferenças entre sunitas e xiitas começaram a se manifestar no início da história do Islã, à medida que as interpretações da sucessão do Profeta e da liderança da comunidade muçulmana divergiam entre os seguidores.

HISTÓRIA DO ISLÃ (ACONTECIMENTOS):

  1. Vida de Maomé (570-632): O Profeta Maomé é o fundador do Islã e suas revelações formam o Alcorão. Sua vida é marcada por eventos como a Revelação, a Hégira (migração de Meca para Medina) e a Conquista de Meca.
  2. Expansão Islâmica (632-750): Após a morte de Maomé, o Islã se espalhou rapidamente pela Arábia e além, conquistando vastos territórios no Oriente Médio, Norte da África, Península Ibérica, e chegando até a Ásia Central.
  3. Formação dos Califados (632-1258): Os Califados, como o Omíada e o Abássida, governaram vastos impérios islâmicos, promovendo o comércio, a ciência e a cultura, e exercendo influência sobre uma grande parte do mundo conhecido.
  4. As Cruzadas (1096-1291): Conflitos entre os cristãos e os muçulmanos pela posse da Terra Santa, resultando em uma série de campanhas militares conhecidas como as Cruzadas, que tiveram um impacto duradouro nas relações entre o Islã e o Cristianismo.
  5. Império Otomano (1299-1922): Surgindo como um pequeno emirado na Anatólia, os otomanos se tornaram um dos impérios mais poderosos do mundo, governando vastas áreas do Oriente Médio, Europa Oriental e Norte da África por séculos.
  6. Colonização Europeia (séculos XIX e XX): Muitas partes do mundo muçulmano foram colonizadas por potências europeias, levando a mudanças políticas, sociais e culturais significativas, e alimentando movimentos nacionalistas e independentistas.
  7. Século XX e além: O século XX testemunhou o surgimento de movimentos políticos islâmicos, como a Irmandade Muçulmana e a Revolução Iraniana. Além disso, eventos como a Guerra do Golfo, os ataques de 11 de setembro e a Primavera Árabe moldaram a história recente do Islã.