O nacionalismo no Brasil tem raízes profundas, começando com a luta pela independência do país do domínio português no século XIX. Durante o século XX, o nacionalismo se manifestou de diversas formas, desde movimentos políticos como o tenentismo até a valorização da cultura brasileira, como na Semana de Arte Moderna de 1922. Durante o governo de Getúlio Vargas, o nacionalismo ganhou destaque, com políticas de industrialização e a criação de símbolos nacionais. Já na era contemporânea, o nacionalismo muitas vezes se mistura com questões de identidade e pertencimento, refletindo-se em debates sobre soberania, recursos naturais e preservação da cultura brasileira.
Durante o governo de Getúlio Vargas, que abrangeu o período de 1930 a 1945, o nacionalismo no Brasil foi uma força central em diversas políticas e iniciativas. Vargas implementou uma série de medidas que visavam fortalecer a economia nacional e consolidar o Estado brasileiro.
Industrialização: Vargas promoveu políticas de industrialização para reduzir a dependência do Brasil em relação às importações estrangeiras. Isso incluiu a criação de empresas estatais, como a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) e a Companhia Vale do Rio Doce, além de incentivos fiscais para indústrias nacionais.
Nacionalização de Recursos Naturais: O governo Vargas nacionalizou recursos naturais estratégicos, como o petróleo, com a criação da Petrobras em 1953. Isso foi visto como uma medida de proteção dos interesses nacionais contra o controle estrangeiro sobre os recursos naturais do país.
Política Trabalhista: Vargas implementou uma série de leis trabalhistas que visavam proteger os direitos dos trabalhadores e promover a industrialização nacional. Isso incluiu a criação da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) em 1943, que estabeleceu direitos trabalhistas e regulamentou as relações entre empregadores e empregados.
Culto à Personalidade e Símbolos Nacionais: Vargas promoveu um forte culto à personalidade, associando sua imagem à ideia de progresso e modernização do Brasil. Ele também incentivou a criação de símbolos nacionais, como a bandeira atual do Brasil, adotada em 1889.
Essas políticas nacionalistas de Vargas tiveram um impacto duradouro no Brasil, moldando o desenvolvimento econômico e social do país e influenciando a forma como os brasileiros percebem sua identidade nacional.
Um dos pensadores brasileiros mais expressivos sobre o nacionalismo é Gilberto Freyre. Ele é conhecido por sua obra “Casa-Grande & Senzala”, na qual discute a formação da sociedade brasileira, destacando a mistura de raças, culturas e influências que moldaram a identidade nacional. Freyre aborda o nacionalismo de uma perspectiva sociológica, explorando as relações entre as diferentes classes sociais e grupos étnicos no Brasil. Além disso, ele enfatiza a importância da cultura brasileira, incluindo suas tradições, costumes e valores, na construção da nação.
O nacionalismo na ciência política refere-se à ideologia e ao movimento político que coloca a nação como a unidade central de identidade e lealdade política. Ele enfatiza a importância da coesão nacional, da soberania e da autodeterminação. Alguns elementos conceituais importantes do nacionalismo na ciência política incluem:
Identidade Nacional: O nacionalismo pressupõe a existência de uma identidade nacional compartilhada entre os cidadãos de um país, baseada em características como história, cultura, língua e território comuns.
Soberania e Autodeterminação: Os nacionalistas defendem a soberania e a autodeterminação do Estado-nação, rejeitando interferências externas em assuntos internos e promovendo a capacidade do povo de determinar seu próprio destino.
Solidariedade Nacional: O nacionalismo promove a solidariedade entre os membros de uma nação, enfatizando a importância do interesse coletivo sobre os interesses individuais ou de grupos menores.
Excepcionalismo Nacional: Alguns aspectos do nacionalismo podem incluir a crença na superioridade ou excepcionalismo da nação em relação a outras, o que pode levar a atitudes de exclusão ou discriminação em relação a grupos externos.
Estado-nação: O nacionalismo muitas vezes está associado à ideia do Estado-nação, onde a identidade nacional e a soberania política estão concentradas em uma entidade territorial definida.
O nacionalismo na ciência política pode ser estudado em diversos contextos, desde o surgimento dos Estados-nação modernos até movimentos contemporâneos de independência e separatismo. Ele também é frequentemente analisado em relação a questões como globalização, migração e multiculturalismo.