A Inconfidência Mineira foi uma conspiração ocorrida no final do século XVIII, mais precisamente em 1789, na então Capitania de Minas Gerais, Brasil. Esse movimento teve como motivação principal a insatisfação com a opressão fiscal imposta pela Coroa Portuguesa, especialmente através da derrama, um imposto sobre o ouro que se tornava ainda mais pesado em tempos de baixa produção aurífera.
Os inconfidentes, como ficaram conhecidos os conspiradores, eram em sua maioria membros da elite local: proprietários de terras, clérigos, militares, intelectuais e profissionais liberais. Eles se inspiraram nos ideais iluministas que circulavam pela Europa e nas recentes revoluções americana (1776) e francesa (1789). Entre os objetivos do movimento estavam a independência de Minas Gerais do domínio português e a criação de uma república.
No entanto, a conspiração foi delatada antes mesmo de ser colocada em prática. Vários dos envolvidos foram presos, julgados e condenados. Alguns foram exilados, enquanto outros receberam penas mais brandas. Apenas um deles, Joaquim José da Silva Xavier, conhecido como Tiradentes, foi condenado à morte.
Biografia de Tiradentes
Joaquim José da Silva Xavier, mais conhecido como Tiradentes, nasceu em 12 de novembro de 1746, na Fazenda do Pombal, entre os atuais municípios de Ritápolis e São João del-Rei, na Capitania de Minas Gerais, Brasil. Órfão de pai e mãe desde cedo, foi criado pelo padrinho e teve uma educação informal, adquirindo conhecimentos variados que lhe permitiram atuar como dentista prático, de onde vem o apelido “Tiradentes”.
Além de dentista, Tiradentes também foi tropeiro, minerador e militar, chegando ao posto de alferes (equivalente a tenente) no Regimento de Dragões de Minas Gerais. Envolveu-se com a Inconfidência Mineira por acreditar na independência do Brasil e na libertação do jugo português, abraçando os ideais de liberdade e igualdade promovidos pelo Iluminismo.
Após a delação da conspiração, Tiradentes foi preso em maio de 1789 e levado ao Rio de Janeiro, onde permaneceu encarcerado por quase três anos. Durante o julgamento, assumiu toda a responsabilidade pelo movimento, buscando proteger os demais conspiradores. Foi condenado à morte e enforcado em 21 de abril de 1792. Seu corpo foi esquartejado e partes dele expostas em lugares públicos como advertência.
A figura de Tiradentes tornou-se um símbolo da luta pela independência e liberdade no Brasil, sendo homenageado como um dos heróis nacionais. Sua morte é lembrada anualmente no Brasil no feriado de 21 de abril, conhecido como Dia de Tiradentes.
Personagem | Ocupação | Destino |
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Joaquim José da Silva Xavier (Tiradentes) | Dentista, tropeiro, militar | Enforcado e esquartejado em 21 de abril de 1792 |
José Álvares Maciel | Engenheiro | Condenado ao degredo na África |
Cláudio Manuel da Costa | Poeta, advogado | Morreu na prisão em circunstâncias suspeitas |
Tomás Antônio Gonzaga | Poeta, jurista | Exilado para Moçambique |
Alvarenga Peixoto | Poeta, juiz | Exilado para a África |
Francisco de Paula Freire de Andrade | Militar | Condenado ao degredo na África |
Inácio José de Alvarenga | Advogado | Exilado para Moçambique |
José Joaquim da Maia | Médico | Condenado ao degredo na África |
Luís Vaz de Toledo Piza | Comerciante | Condenado ao degredo na África |
Padre José Lopes de Oliveira | Sacerdote | Condenado ao degredo na África |
Domingos Vidal Barbosa Lage | Proprietário rural | Exilado para Moçambique |
Joaquim José da Silva Xavier, conhecido como Tiradentes, foi um dos líderes da Inconfidência Mineira, um movimento de caráter separatista ocorrido em Minas Gerais no final do século XVIII. O movimento tinha como objetivo libertar o Brasil do domínio colonial português, influenciado pelas ideias iluministas e pela independência dos Estados Unidos.
Tiradentes foi preso em 1789, após a conspiração ter sido delatada. Ele passou quase três anos na prisão, durante os quais foi submetido a interrogatórios e tortura. Em 1792, Tiradentes foi julgado e considerado culpado de traição contra a coroa portuguesa.
O julgamento foi realizado no Rio de Janeiro e resultou na condenação de Tiradentes à morte. Ele foi enforcado no dia 21 de abril de 1792. Após a execução, seu corpo foi esquartejado, e partes dele foram expostas em locais públicos como uma forma de intimidar outros possíveis conspiradores.
Tiradentes tornou-se um mártir e símbolo da luta pela independência do Brasil, e o dia de sua morte, 21 de abril, é comemorado como feriado nacional no país.