A Guerra da Quarta Coalizão (1806-1807) foi um conflito militar significativo na série de guerras napoleônicas, envolvendo a França contra uma aliança composta pelo Reino Unido, Prússia, Rússia, Saxônia, Suécia e outros pequenos estados alemães. Esta coalizão foi formada em resposta ao crescente domínio napoleônico na Europa, especialmente após a dissolução do Sacro Império Romano-Germânico e a formação da Confederação do Reno sob influência francesa.
O início da guerra foi marcado pela mobilização das forças prussianas, que se sentiam ameaçadas pela expansão francesa. Napoleão, antecipando a ofensiva prussiana, rapidamente deslocou seu exército e lançou uma campanha relâmpago na Alemanha. Em outubro de 1806, a Batalha de Jena-Auerstedt foi um ponto decisivo, onde Napoleão derrotou os exércitos prussianos de forma esmagadora. Esta vitória abriu caminho para a ocupação de Berlim pelos franceses e a dissolução temporária do poder militar prussiano.
Com a Prússia neutralizada, Napoleão voltou sua atenção para a Rússia, que continuava a resistir à influência francesa na Europa. As tropas russas, sob o comando do general Bennigsen, travaram várias batalhas contra os franceses, incluindo a sangrenta Batalha de Eylau em fevereiro de 1807. Apesar do alto número de baixas em ambos os lados, a batalha foi inconclusiva, mas demonstrou a capacidade de resistência dos russos.
A campanha culminou na Batalha de Friedland em junho de 1807, onde Napoleão conseguiu uma vitória decisiva sobre os russos. Esta vitória forçou o czar Alexandre I a negociar a paz com Napoleão. O Tratado de Tilsit, assinado em julho de 1807, marcou o fim da Guerra da Quarta Coalizão. Pelo tratado, a Rússia concordou em se aliar à França contra o Reino Unido, enquanto a Prússia sofreu perdas territoriais significativas e foi forçada a aderir ao sistema continental de Napoleão, que visava isolar economicamente o Reino Unido.
A Guerra da Quarta Coalizão solidificou ainda mais o domínio de Napoleão sobre a Europa, reafirmando sua capacidade militar e estratégica. A derrota dos prussianos e a subsequente aliança forçada da Rússia demonstraram o alcance do poder napoleônico. No entanto, as tensões subjacentes e a resistência ao domínio francês continuariam a fermentar, eventualmente levando a novos conflitos nas Guerras Napoleônicas.