
As Diferentes Formas de Regionalização do Brasil: IBGE, Pedro Pinchas Geiger e Milton Santos
O Brasil, com sua vasta extensão territorial e diversidade cultural, econômica e natural, foi dividido de diferentes maneiras ao longo dos anos para melhor compreensão e análise. Diversos especialistas e instituições criaram formas únicas de regionalizar o país, cada uma com critérios distintos e objetivos específicos. Neste artigo, exploramos as divisões propostas pelo IBGE, Pedro Pinchas Geiger e Milton Santos, destacando os critérios, características e os anos em que foram elaboradas.
1. Regionalização Oficial do IBGE
A regionalização feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é a mais conhecida e utilizada.
- Ano: A primeira divisão foi estabelecida em 1941, sendo atualizada em 1988.
- Critérios: Baseada em aspectos político-administrativos, agrupando os estados brasileiros em cinco macrorregiões: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul.
- Características:
- Norte: Grande biodiversidade, baixa densidade populacional e forte presença de florestas tropicais.
- Nordeste: História de desigualdades sociais e econômicas, porém rico em cultura e patrimônio histórico.
- Centro-Oeste: Agricultura moderna, presença do Pantanal e expansão urbana em Brasília.
- Sudeste: Região mais industrializada e urbanizada do país, com alta concentração de população e PIB.
- Sul: Influência europeia na cultura e forte setor agrícola.
Essa divisão reflete uma visão administrativa, facilitando o planejamento e a gestão das políticas públicas.
2. Regionalização de Pedro Pinchas Geiger
Pedro Pinchas Geiger propôs uma regionalização que rompe com a lógica político-administrativa e foca em critérios geoeconômicos.
- Ano: Elaborada em 1964.
- Critérios: Baseada em aspectos históricos, econômicos e sociais, dividindo o Brasil em três grandes complexos regionais:
- Centro-Sul: É a área mais industrializada e urbanizada, responsável pela maior parte da produção econômica nacional.
- Nordeste: Marcado por problemas sociais, desigualdades e dificuldades climáticas (como a seca).
- Amazônia: Com baixa densidade populacional, essa região destaca-se pela exploração de recursos naturais e pela biodiversidade.
Geiger focou na relação entre economia e território, mostrando as desigualdades e os desequilíbrios regionais do Brasil.
3. Regionalização de Milton Santos
Milton Santos, um dos maiores geógrafos brasileiros, apresentou sua visão crítica da regionalização, baseando-se no conceito de meio técnico-científico-informacional.
- Ano: Proposta nos anos 1990.
- Critérios: Divisão em “Quatro Brasis”, com foco nas desigualdades econômicas e sociais.
- Características:
- Amazônia: Região de baixa densidade populacional e exploração de recursos naturais.
- Nordeste: Histórico de desigualdades socioeconômicas, com economia tradicional.
- Centro-Sul: Região desenvolvida, com maior concentração de infraestrutura e tecnologia.
- Região Concentrada: Áreas com maior integração econômica e tecnológica, essencial para o dinamismo do país.
Milton Santos enfatizou as desigualdades e as conexões tecnológicas que moldam o território brasileiro.
Conclusão
A regionalização do Brasil reflete diferentes perspectivas sobre o território nacional, seja pelo enfoque administrativo do IBGE, pela visão geoeconômica de Pedro Pinchas Geiger ou pela abordagem crítica de Milton Santos. Cada uma delas oferece ferramentas importantes para entender as complexidades do Brasil e suas diversidades regionais.
Se você busca compreender melhor o território brasileiro, considere a riqueza desses modelos de regionalização e como eles dialogam com aspectos históricos, econômicos e sociais do país.
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