Os índios Cheyenne são um dos povos indígenas das Grandes Planícies dos Estados Unidos. Sua história é marcada por migrações, resistência contra a expansão europeia e adaptações culturais ao longo dos séculos.

Origens e Cultura
Os Cheyenne pertencem ao grupo linguístico algonquino e, originalmente, habitavam a região dos Grandes Lagos, no que hoje é Minnesota. No entanto, devido à pressão de outros povos e ao contato com os colonizadores europeus, migraram para as planícies centrais, especialmente para áreas do atual Kansas, Nebraska, Dakota do Sul, Montana e Wyoming.
Após essa migração, os Cheyenne passaram a viver de forma seminômade, adotando o cavalo, introduzido pelos espanhóis no século XVII, como elemento essencial para a caça de bisões. Essa mudança transformou sua economia e modo de vida, tornando-os caçadores habilidosos e guerreiros respeitados. Suas aldeias eram compostas por tipis, tendas feitas de peles de bisão esticadas sobre estruturas de madeira, que podiam ser desmontadas rapidamente para seguir as manadas de bisões.
A sociedade Cheyenne era organizada em bandos e governada por um conselho de líderes conhecidos como o Conselho dos Quarenta e Quatro, que tomava decisões políticas e diplomáticas. Também existiam sociedades guerreiras, como os Dog Soldiers, que desempenhavam papel fundamental na defesa e nas guerras tribais.

Contato com Colonizadores e Conflitos
Durante o século XIX, os Cheyenne enfrentaram cada vez mais desafios devido à expansão dos colonos europeus e do governo dos Estados Unidos para o oeste. Os tratados impostos pelos brancos frequentemente eram quebrados, levando a conflitos violentos.
Em 1864, ocorreu o Massacre de Sand Creek, um dos episódios mais brutais contra os Cheyenne. Tropas da milícia do Colorado, lideradas pelo coronel John Chivington, atacaram um acampamento pacífico de Cheyenne e Arapaho, matando centenas de mulheres, crianças e idosos. Esse evento revoltou muitas tribos e intensificou os conflitos entre nativos e o governo dos EUA.
Outro evento marcante foi a Batalha do Rio Little Bighorn, em 1876, onde os Cheyenne se aliaram aos Sioux Lakota e derrotaram as tropas do general George Custer. No entanto, essa vitória foi seguida por forte represália militar dos Estados Unidos, resultando no declínio da resistência indígena.
Em 1878, os Cheyenne do Norte foram forçados a marchar para uma reserva no Território Indígena (atual Oklahoma). Muitos fugiram e tentaram retornar para suas terras ancestrais em Montana, sendo perseguidos pelo exército dos EUA.

Situação Atual
Hoje, os Cheyenne estão divididos em dois grupos principais: os Cheyenne do Norte, que vivem em Montana, e os Cheyenne do Sul, em Oklahoma. Apesar das dificuldades históricas, mantêm vivas suas tradições culturais, com festivais, danças e a preservação da língua Cheyenne.
A história dos Cheyenne representa a resistência dos povos indígenas frente à colonização e à perda de terras, sendo um exemplo da luta dos nativos americanos por seus direitos e reconhecimento nos Estados Unidos.