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Reforma Anglicana

A Reforma Anglicana, também conhecida como Reforma Inglesa, foi um movimento religioso do século XVI liderado pelo rei Henrique VIII da Inglaterra. O movimento teve início por motivos políticos e pessoais do rei, mas acabou resultando em mudanças significativas na estrutura e doutrina da Igreja na Inglaterra.

Henrique VIII, insatisfeito com a recusa do Papa em anular seu casamento com Catarina de Aragão, que não havia gerado um herdeiro masculino, buscou romper com a autoridade papal e afirmar o controle sobre a Igreja na Inglaterra. Em 1534, o Ato de Supremacia foi aprovado, declarando o rei como o chefe supremo da Igreja da Inglaterra, rompendo assim os laços com o Papado.

A Reforma Anglicana manteve muitos dos rituais e tradições da Igreja Católica Romana, mas introduziu mudanças doutrinárias significativas. Durante o reinado de Henrique VIII, a Inglaterra permaneceu essencialmente católica em termos de crenças e práticas, exceto pela autoridade papal.

No entanto, sob os reinados de Eduardo VI e, mais tarde, de Elizabeth I, a influência da Reforma Protestante cresceu na Inglaterra. Durante o reinado de Eduardo VI, foram introduzidas reformas mais radicais, como a adoção de liturgias em inglês e a remoção de imagens e ornamentos considerados papistas.

Sob Elizabeth I, a Igreja da Inglaterra adotou uma posição teológica mais moderada, buscando um equilíbrio entre as facções protestantes e católicas. O Ato de Uniformidade de 1559 estabeleceu o Livro de Oração Comum como padrão para o culto na Inglaterra, marcando a consolidação da Igreja Anglicana como uma instituição distinta.

A Reforma Anglicana teve um impacto duradouro na Inglaterra e em suas colônias, moldando não apenas a religião, mas também a política, a cultura e a sociedade inglesas.

Características:

  1. Episcopalismo: A Igreja Anglicana é uma igreja episcopal, o que significa que tem uma estrutura hierárquica com bispos que supervisionam as paróquias e dioceses.
  2. Liturgia: A liturgia anglicana é influenciada pela tradição católica romana, mas também incorpora elementos da Reforma Protestante. O Livro de Oração Comum é o principal livro litúrgico utilizado nas celebrações.
  3. Teologia Moderada: A teologia anglicana tende a ser moderada, buscando um equilíbrio entre as tradições católica e protestante. Ela enfatiza a autoridade das Escrituras, a tradição e a razão como fontes de autoridade teológica.
  4. Via Media: A Igreja Anglicana é frequentemente descrita como seguindo a “Via Media” (caminho do meio) entre o catolicismo romano e o protestantismo. Isso se reflete em sua liturgia, teologia e práticas religiosas.
  5. Supremacia Monárquica: Historicamente, a coroa britânica exerceu influência significativa sobre a Igreja Anglicana, especialmente em termos de nomeação de bispos e controle administrativo.
  6. Ampla Diversidade: A Igreja Anglicana é conhecida por sua diversidade de crenças e práticas. Dentro da Comunhão Anglicana, existem diferentes tradições teológicas e litúrgicas, desde a alta igreja, que se assemelha mais ao catolicismo romano, até a baixa igreja, que tem influências mais protestantes.
  7. Ênfase na Tolerância: A Igreja Anglicana historicamente adotou uma postura de tolerância em relação a diferentes pontos de vista teológicos e práticas religiosas, buscando acomodar uma ampla gama de crenças dentro de sua comunidade.

Essas características combinadas ajudaram a moldar a identidade única da Igreja Anglicana ao longo de sua história.